Espero que você esteja gostando do nosso site. Conheça os psicólogos que atendem em São Paulo presencialmente e também online por videochamada. Autor: Andreia Crocco Santos - Psicólogo CRP 06/146707
Vivemos em uma era de hiperconectividade. As telas estão por toda parte, os sons se multiplicam ao nosso redor e a oferta de brinquedos, conteúdos e atividades para crianças nunca foi tão grande.
Embora essa diversidade pareça, à primeira vista, uma vantagem, o excesso de estímulos pode afetar negativamente o desenvolvimento infantil em diferentes dimensões: cognitiva, emocional, social e até física.
O que são estímulos e por que o excesso preocupa?
Estímulos são todas as informações que chegam aos nossos sentidos: sons, luzes, cheiros, toques, imagens.
No contexto do desenvolvimento infantil, estímulos são essenciais — eles promovem a aprendizagem, o vínculo social e a descoberta do mundo.
No entanto, quando esses estímulos são muitos, constantes e desorganizados, o efeito pode ser oposto ao desejado.
O cérebro infantil, ainda em processo de maturação, pode ter dificuldade para processar e organizar tantas informações ao mesmo tempo, o que pode gerar estresse, irritabilidade, ansiedade e dificuldade de concentração.
O impacto do excesso de estímulos no cérebro infantil
O cérebro das crianças está em constante formação. Até os seis anos de idade, ocorrem grandes saltos no desenvolvimento das conexões neurais.
Durante esse período, o ambiente tem papel fundamental na forma como essas conexões se estabelecem e se fortalecem.
Quando a criança é exposta a muitos estímulos simultaneamente — como televisão ligada enquanto brinca, celular nas refeições, brinquedos barulhentos o tempo todo — o cérebro passa a atuar em modo de alerta constante.
Isso pode afetar áreas importantes, como o córtex pré-frontal, responsável pela regulação emocional, atenção e tomada de decisões.
Sobrecarga sensorial
A sobrecarga sensorial acontece quando os sistemas sensoriais da criança recebem mais informações do que conseguem processar.
Isso pode se manifestar por meio de comportamentos como agitação, birras, irritabilidade e até recusa a determinadas atividades ou ambientes.
É importante observar se a criança apresenta reações intensas diante de barulhos, luzes ou lugares com muita gente.
Esses sinais podem indicar que ela está sofrendo com o excesso de estímulos.
Estresse tóxico
Quando o excesso de estímulos se torna frequente e não há períodos de descanso ou acolhimento emocional, a criança pode desenvolver o que os especialistas chamam de estresse tóxico.
Nesse estado, há uma liberação constante de hormônios como o cortisol, que podem prejudicar o desenvolvimento cerebral a longo prazo.
Crianças submetidas a estresse tóxico podem apresentar dificuldades emocionais, baixa tolerância à frustração e problemas de aprendizagem.
Se você sente que sua criança está sobrecarregada, um psicólogo pode ajudar a identificar as causas e propor estratégias para um ambiente mais equilibrado.
O papel das telas no excesso de estímulos
As telas — celulares, tablets, computadores e televisores — são uma das principais fontes de estímulos intensos e contínuos na infância atual.
Além de luzes e sons fortes, muitos conteúdos são rápidos, coloridos e mudam constantemente, o que exige muito do processamento cognitivo da criança.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças menores de dois anos não sejam expostas a telas e que o tempo seja limitado para as demais faixas etárias, sempre com supervisão.
Isso porque o uso excessivo pode estar relacionado a atrasos na linguagem, problemas de sono e déficit de atenção.
A ilusão do conteúdo educativo
Nem todo conteúdo rotulado como “educativo” é, de fato, benéfico para a criança.
Muitos vídeos e aplicativos utilizam elementos visuais e sonoros apelativos para prender a atenção da criança, mas oferecem pouca profundidade em termos de desenvolvimento cognitivo.
A aprendizagem real ocorre de forma ativa, por meio de interação, manipulação e experimentação.
Por isso, brincar com blocos, desenhar, conversar com adultos e explorar o ambiente ainda são os caminhos mais eficazes de aprendizagem.
O uso de telas como “babá eletrônica”
Muitos pais acabam utilizando as telas de forma excessiva como uma forma de entreter a criança enquanto realizam outras tarefas.
Apesar de compreensível, essa prática contínua pode afetar o desenvolvimento da autonomia, da paciência e da capacidade de brincar sozinha — habilidades fundamentais para o desenvolvimento emocional.
O acompanhamento psicológico pode oferecer suporte na criação de uma rotina mais saudável, com alternativas viáveis às telas no cotidiano familiar.
Desenvolvimento emocional e o excesso de estímulos
O excesso de estímulos não impacta apenas a parte cognitiva, mas também o desenvolvimento emocional da criança.
Um ambiente barulhento, acelerado e sem pausas pode dificultar o reconhecimento e a regulação das emoções.
Crianças precisam de tempo e espaço para sentir, nomear e lidar com suas emoções.
Quando estão imersas em estímulos constantes, elas têm menos oportunidades de perceber o que estão sentindo e como reagir de maneira adequada.
Dificuldade em lidar com o tédio
O tédio é uma experiência fundamental para o desenvolvimento infantil. Ele estimula a criatividade, a imaginação e a autonomia. No entanto, em ambientes superestimulantes, a criança pode não desenvolver tolerância ao tédio e se tornar dependente de estímulos externos para se sentir bem.
Pais que oferecem distrações o tempo todo — como jogos eletrônicos ou vídeos — podem, sem querer, impedir que a criança desenvolva a capacidade de criar suas próprias brincadeiras e soluções para o tempo livre.
Irritabilidade e baixa tolerância à frustração
Crianças que vivem em ambientes com excesso de estímulos tendem a ficar mais irritadas e impacientes, além de desenvolver ansiedade social.
Elas se acostumam com gratificação instantânea e têm dificuldade em esperar ou lidar com situações frustrantes.
Isso pode afetar o convívio social e o desempenho escolar.
A psicoterapia infantil pode ser uma aliada importante na construção de habilidades emocionais como paciência, empatia e resiliência.
O impacto na aprendizagem
O excesso de estímulos também interfere na capacidade de concentração e atenção — habilidades essenciais para a aprendizagem.
Crianças superestimuladas podem ter dificuldade para se concentrar por períodos mais longos e para organizar suas ideias e pensamentos.
Além disso, o cérebro precisa de momentos de descanso para consolidar a aprendizagem. Se a criança está constantemente sendo estimulada, não há tempo suficiente para que o conteúdo aprendido se fixe.
A exposição constante a estímulos visuais e sonoros rápidos pode levar a um cérebro habituado à dispersão.
Isso compromete a memória de trabalho, que é essencial para resolver problemas, fazer conexões e manter a atenção por mais tempo.
Ambientes calmos e organizados, com estímulos adequados à idade da criança, são fundamentais para o aprendizado efetivo.
Se você percebe dificuldades de atenção, aprendizagem ou comportamento em seu filho, procure um psicólogo infantil para uma avaliação personalizada.
Como reduzir os estímulos no cotidiano da criança
É impossível (e nem desejável) eliminar todos os estímulos do cotidiano da criança.
A chave está no equilíbrio: oferecer estímulos de qualidade, respeitando o ritmo e a fase do desenvolvimento de cada criança, e garantir momentos de pausa, silêncio e conexão afetiva.
- Estabelecer horários sem telas, como durante as refeições e antes de dormir.
- Oferecer brinquedos mais simples, que estimulem a criatividade.
- Reduzir o número de atividades extracurriculares, deixando tempo livre para brincar.
- Criar momentos de silêncio e descanso durante o dia.
- Brincadeiras sem roteiro, sem brinquedos tecnológicos e sem interferência direta dos adultos são essenciais para o desenvolvimento saudável
- Observar o comportamento da criança e ajustar a rotina conforme suas reações.
- Priorizar interações humanas em vez de estímulos tecnológicos.
- Conversas, brincadeiras em família, histórias antes de dormir — tudo isso ajuda a criança a se sentir segura, acolhida e compreendida.
Se você quer entender melhor o comportamento do seu filho e como ajudá-lo a se desenvolver de forma saudável, agende uma conversa com um psicólogo infantil na plataforma Psicólogos São Paulo.
Psicólogos para Psicologia Infantil
Conheça os psicólogos que atendem casos de Psicologia Infantil no formato de terapia online por videochamanda e também consultas presenciais em São Paulo:
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Luciana Pavesi
Consultas presenciais
Consultas por vídeoA psicóloga Luciana Pavesi é formada em Psicologia pela Universidade São Judas Tadeu, possui dois cursos de pós-graduação: Administração de Empresas, também pela Universidade São Judas Tadeu e Neurociências.
Valor R$ 180
Posso ajudar comPsicologia InfantilProblemas de AprendizagemTOC - Transtorno ObsessivoMedosDesenvolvimento Pessoalpróximo horário:
28/ago. às 17:00hs -
Arthur C. de A. Neves
Consultas presenciais
Consultas por vídeoO psicólogo Arthur Neves é formado desde 2021 em Psicologia pela USP, iniciando em 2018 atendimentos psicológicos junto à Universidade de São Paulo, e posteriormente enquanto autônomo e em clínica privada, totalizando oito anos realizando atendimentos psicológicos.
Valor R$ 180
Posso ajudar comConflitos FamiliaresPsicologia InfantilFamíliaTranstornos Depressivos e de HumorCasamentopróximo horário:
28/ago. às 17:00hs
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Autor: psicologa Andreia Crocco Santos - CRP 06/146707Formação: Pós-graduada em Psicanálise e os Desafios da Contemporaneidade. Pós-graduanda em Saúde Mental, Psicopatologia e atenção psicossocial. Atendimento Psicoterápico Clínico de casal e individual de adolescentes, adultos e idosos sob orientação psicanalítica e psicoterapia psicodinâmica